Filho
Acordei com uma sensação
De ter perdido alguma coisa
De um valor imenso, incalculável
Revirei o quarto e a casa inteira
Lembrei, talvez esteja aqui
Neste outro quarto que não olhei
Devagar abri a porta e entrei
Aquela sensação não se fazia presente
Ate parece que encontrei
Alguém deitado na cama
Estava assim meio jogado
Tem corpo de homem já formado
Será meu filho, na duvida
Em meus pensamentos voltei
Essa cama faz pouco tempo
Para ele de presente eu dei
Foi há um mês ou dois talvez
Não... Agora me lembro
Ele deitado de braços aberto
Como se quisesse ocupar toda cama
E com um sorriso imenso
Falava. – pai eu vou crescer
Vou ser tão grande que nesta cama
Não vai ter espaço para você
Faz dez anos, olho você
A cama já ta pequena não tem
Um lugarzinho para me oferecer
Filho que o tempo não deixou ver crescer