A JUVENTUDE

Sim sinhô a juventude

Desejosa de viver

Esbanjando a saúde

Só fazendo acontecer

Esquecendo a virtude

Sem pensar nem em sofrer

Fazem de tudo uma festa

Dançando com muito calor

Sem aparar as arestas

Vão levando no furor

E sem saber confundindo

Simples paquera com amor

A Loly, moça calada

Fica tudo a observar

Alguma vez assustada

Chega mesmo a recuar

É que é moça criada

Sem disto participar

Dezessete anos já tem

E se julga uma adulta

Não concorda com ninguém

Que lhe festeja a conduta

Achando que está perdendo

Da juventude a desfruta

Calma, menina, calma

O seu tempo vai chegar

Quem te diz é este caboclo

Que gosta de escrevinhar

A fruta só da no tempo

Não se perde por esperar

Um dia, deste tio velho

Você há de se alembrar

Quando bonita, já feita,

Começar a namorar

E encontrar um belo moço

Com quem queira se casar.