PRA QUEM DIZ NÃO DURMO BEM/ ATÉ QUE SABE DORMIR
Minha sogra sempre é motivo para meus versos. Desde que a conheci que ela sempre falava que tinha insônia, mas a gente sempre achava que era o contrário, pois dormia muito de dia, e assim como poderia dormir mais de noite? Aí, uma vez, eu cheguei com minha esposa e meu filho recém-nascido, e ela estava no apartamento e não ouviu a gente chegar; Havia ligado o ar-condicionado do quarto e dormiu a tarde toda. Quando chegamos batemos na porta, ligamos pra o telefone, apertamos campainha, etc, precisamos encontrar uma segunda chave e aí encontramos a véia com uma cara: "aahhh, que horas são? ... adormeci...". Resulto: sairam esses versinhos pra ela. O mote é:
PRA QUEM DIZ NÃO DURMO BEM
ATÉ QUE SABE DORMIR
Minha sogra diz que sente
Uma insônia que lhe arrasa
Mas quando vai lá pra casa
O negócio é diferente
Mesmo estando em nossa frente
Dá cochilo sem sentir
Eu fico só de curtir
Com a insônia que a véia tem
Pra quem diz não durmo bem
Até que sabe dormir
A insônia em seu relato
Já sente desde solteira
Da família é a primeira
A sofrer desse maltrato
Não quero ser genro ingrato
Muito menos lhe trair
Mas eu não posso engolir
Essa estória má contada
Ela diz não durmo nada
Mas bem que sabe dormir
Ela diz: “é o enfado
Que eu sinto na capital
Em minha idade é normal
O corpo ficar cansado”
Então no ar condicionado
Ela não pode fingir
Liga o bicho e deita ali
Ronca que parece um trem
Pra quem diz não durmo bem
Até que sabe dormir