JOÃO
Nasceu o dia.
Lá vai João.
Sai apressado
Com os pés no chão,
Com seu brinquedo
Que é um pião,
Às vezes pipa,
Bola de gude,
Só dependendo da ocasião.
É meio-dia.
Quede João?
Chegou na hora
De ir pra escola.
Anoiteceu.
João dormiu
Sonhou que estava
Dentro de um lago,
Acordou cedo
Todo molhado.
Trocou a roupa,
Tomou café
Saiu correndo.
Sua rotina
Com seus brinquedos.
Os seus segredos,
O confidente,
Seu único amigo,
Compartilhava.
João e o amigo
Nunca brigavam.
Eles brincavam,
Mas estudavam.
João cresceu,
Virou rapaz,
Foi pra Brasília
Aprender mais.
No Ministério
Do Planejamento,
Multiplicou conhecimento.
João se casou,
Se separou,
Perdeu a paz,
Aprendeu mais.
O seu amigo nunca saiu
Daquela Terra
Que os viu nascer,
Que os viu crescer,
Na liberdade
Das brincadeiras
Daquela infância
Tão verdadeira.
Oh, que saudade!
Sente João
Do velho amigo,
Daquela pipa
E do pião.
Das brincadeiras
Com os pés no chão,
Sua mãe cedinho:
Quede João?