JOÃO

Nasceu o dia.

Lá vai João.

Sai apressado

Com os pés no chão,

Com seu brinquedo

Que é um pião,

Às vezes pipa,

Bola de gude,

Só dependendo da ocasião.

É meio-dia.

Quede João?

Chegou na hora

De ir pra escola.

Anoiteceu.

João dormiu

Sonhou que estava

Dentro de um lago,

Acordou cedo

Todo molhado.

Trocou a roupa,

Tomou café

Saiu correndo.

Sua rotina

Com seus brinquedos.

Os seus segredos,

O confidente,

Seu único amigo,

Compartilhava.

João e o amigo

Nunca brigavam.

Eles brincavam,

Mas estudavam.

João cresceu,

Virou rapaz,

Foi pra Brasília

Aprender mais.

No Ministério

Do Planejamento,

Multiplicou conhecimento.

João se casou,

Se separou,

Perdeu a paz,

Aprendeu mais.

O seu amigo nunca saiu

Daquela Terra

Que os viu nascer,

Que os viu crescer,

Na liberdade

Das brincadeiras

Daquela infância

Tão verdadeira.

Oh, que saudade!

Sente João

Do velho amigo,

Daquela pipa

E do pião.

Das brincadeiras

Com os pés no chão,

Sua mãe cedinho:

Quede João?

Abigail Costa
Enviado por Abigail Costa em 14/03/2009
Reeditado em 15/04/2009
Código do texto: T1487059