Encontrei a Zélia Maqsizu neste faz-de-conta do cyberspace. Trocamos algumas palavras, e como formigas atarefadas, partimos à cata de novo encontro. Mais tarde lembrei-ma da Zélia e respondi a uma questão, mais ou menos retória que me tinha posto. Talvez vocês gostem da resposta:

Porque te chamam vovó?
Eu sei. E vou-to dizer:
Porque um dia...
Um dia foste mulher
Por inteiro
Sem reservas.

A vida bateu-te à porta
Quis entrar e tu abriste...
Abriste todo o teu ser:
Braços, pernas, ventre,
A alma...
Sem nenhuma inibição.

A vida entrou pra ficar
E foi-se logo aninhar
Juntinho ao teu coração.
E foi com ele aprendendo
A pulsar...
Uma outra vida...

E depois...
Bom, depois...
Depois, mulher, foste mãe...
E aí, eu não sei dizer...
Que esse ignoto transcendente
De ser mãe...
Fica pra além
Das palavras...
Muito além...
E o homem, o avô que eu sou
E o poeta fica aquém
Reverente...
Sem palavras que lhe valham.