SOFIA
Quem acolherá a caminhante que segue pelo mundo, errante?
Na alma o silêncio. Estilhaço da estupidez dos humanos.
É revelado o temor em sua pálida tez.
Não é bela. Não há altivez em seus olhos. A essência esvaiu.
Quem traz consigo? Quem lhe dará abrigo?
A insensatez das portas? Estão fechando. Selando o destino.
Furtando o sorriso, mimo de criança, que traz em seus braços.
Fica o destino nas decisões da estupidez dos humanos.
Frio. Não há manjedoura, estalagem, coração que se estenda.
Sangram os pés. Os lábios e a alma. E não há o que as aqueça.
Não quem as veja. Na morbidez da noite, o secar das lágrimas.
Na esquina esquecida fica a inocência e o sentido da vida.
Não há estrela, a cintilar na neblina. As forças já não as têm.
Cerraram as cortinas do cenário em preto e branco.