SOFIA

Quem acolherá a caminhante que segue pelo mundo, errante?

Na alma o silêncio. Estilhaço da estupidez dos humanos.

É revelado o temor em sua pálida tez.

Não é bela. Não há altivez em seus olhos. A essência esvaiu.

Quem traz consigo? Quem lhe dará abrigo?

A insensatez das portas? Estão fechando. Selando o destino.

Furtando o sorriso, mimo de criança, que traz em seus braços.

Fica o destino nas decisões da estupidez dos humanos.

Frio. Não há manjedoura, estalagem, coração que se estenda.

Sangram os pés. Os lábios e a alma. E não há o que as aqueça.

Não quem as veja. Na morbidez da noite, o secar das lágrimas.

Na esquina esquecida fica a inocência e o sentido da vida.

Não há estrela, a cintilar na neblina. As forças já não as têm.

Cerraram as cortinas do cenário em preto e branco.

William Wollinger Brenuvida
Enviado por William Wollinger Brenuvida em 25/02/2009
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