MARIA
Porque te chamas Maria,
ensoberma-me decanta-te
ao por do sol...
porque te chamas Maria!
Resvalas tal euforia,
grandiosa harmonia
angelical retumbante
na alma alforriada.
Porque te chamas Maria,
auriluzente a mansidão
flameja olhares flancos,
mórbidos de anseios
quedados à veludez
dos arcos da abóbada celestial,
porque te chamas Maria!
A flagelada nudez
da porfiada noite
desce ao acalanto dos
corações transbordantes
de fulgor, acariciados
Pelo afago peitoral.
Porque te chamas Maria,
espalma a tua mão
sobre a infecta dor
que atordoa o mundo
convalescente, conturbado,
eufórico, estremecido,
acovardado, enfático de
júbilo, ao reclamo das
maravilhas do teu nome,
Porque te chamas Maria!