A doce menina

Vem até aqui

minha doce menina

Entra e deixa

que eu te abrace

Nem pagues

um preço de franquia

Ao mui digno senhor

teu marido

Vem , senta no colo ,

Minha doce menina

Lembra dos tantos beijos

pintados na tua face

Estalados nos teus tempos

De flor guria

Quando o amor

era pão repartido

Vem sem as malas,

minha doce menina

Deixa oculto por horas

Esse gris e real disfarce

Dá uma trégua ...

é justa esta lamúria

Te chama um pai

que é piá-escondido

Vem já - apressa-te ,

minha doce menina

Porque o depois

quiçá já não me alcance

Sabes que a saudade

plantou dor e penúria

No coração do velho

que foi teu preferido

Eu bem sei

minha doce e eterna menina !

Pesa agora a esposa,

a mãe e outra nuance

Na agenda da vida

e na voz da incúria

Mas imploro tua atenção

a este meu alarido