O dom de saber perdoar...

O dom de saber perdoar...

(em memória de meu pai)

Há um misto de sentimentos e de emoções contidas, ressentimentos que guardamos ao longo da nossa vida e mesmo nos julgando tão fortes, aos poucos tomam conta da gente, nos provando que não somos diferentes, quando enterramos nossos mortos...

Quando o sangue chora seu sangue, nos propomos a repensar e a amargura vem nos falar que ao longo de nossas vidas, não fiquemos cultivando feridas, abertas pelo caminho, cicatrizar cada ferida, o mais rápido que se possa é melhoria da vida nossa, é menos dor e sofrimento quando chegar o momento de enterrarmos nossos mortos... Erramos ao longo da vida, uma, duas, dezenas de vezes, todos sabemos disso, o que precisamos entender é que para podermos viver, os erros não podem ser encarados como o fim, nem para você nem para mim e que enquanto dois esperam por um pedido, uma reconciliação, ou mesmo ouvir “eu te amo”, às vezes rolam os anos e quando nos damos conta de quanto tempo se passou, nem mesmo nos lembramos quem errou, mas a ferida aberta, ainda nosso coração aperta, sem sabermos ao certo a razão, o que devemos fazer então, é utilizar o que Deus nos deixou de mais grandioso, o perdão...

Perdão que renova a vida, perdão que cicatriza as feridas, perdão que alivia a alma, perdão que nos traz a calma...

Sei que para muitos, isso é difícil de praticar, mas não nos custa nada tentar e no nosso próximo encontro com Deus, pedir como filhos seus, que nos renove esse dom, dom que transforma o mundo, as pessoas e as suas relações, para que possamos transformar sonhos abandonados em ações, distancias em laços afetivos, para que possamos ser fortes, mesmo nas tragédias, que nos tragam retidão em nossos caminhos tortos, que nos tragam o alento, nos alivie o sofrimento, quando enterrarmos nossos mortos...

Libertar-nos das amarras do passado, buscar o perdão quase esquecido no peito, talvez seja o único jeito de nova vida iniciar, de se deixar transformar em pessoas menos amargas, pois a felicidade existe e não é necessário que fiquemos extremamente tristes para depois encontra-la, devemos tão somente cultiva-la, mante-la perto de nós, nunca permanecermos sós, dizer o que deve ser dito sussurrando “eu te amo” ou mesmo que seja aos gritos, para que todos possam saber que a busca partiu de você e verá nesse momento algo mágico entrar em ação, por ser o mais puro dos sentimentos, aquele que nos traz a acolhida, que verdadeiramente supera tudo na vida, esse dom chamado perdão.

Adilson R Peppes.

Adilson R Peppes
Enviado por Adilson R Peppes em 02/12/2008
Reeditado em 08/08/2020
Código do texto: T1315126
Classificação de conteúdo: seguro
Copyright © 2008. Todos os direitos reservados.
Você não pode copiar, exibir, distribuir, executar, criar obras derivadas nem fazer uso comercial desta obra sem a devida permissão do autor.