O PASSADO DO PRETO VELHO
Olha como é linda a cachoeira...
Voam as andorinhas sobre as pedras
E pousam nas ramas que nas fendas medram
Da rocha em precipício...
E as águas vêm descendo nas quebradas,
E no olhar que ruma para o céu...
As águas flutuam e formam a bruma
Que da verde fronde da braúna
Parece deslizar um longo véu...
É a tarde sorrateira da montanha...
Um lugar onde o feroz jaguar se banha
Nas serras diamantinas...
E o velho carreiro a descansar no cetro,
Lá no casebre, esse homem preto
Contempla o entardecer...
E a tarde vai caindo em meio a tudo,
E o homem a pensar na infância, mudo,
Parece reviver.