QUANDO NASCI!
Quando cheguei, chorei e eles sorriram;
antes de chorar, me bateram para o meu desespero.
Onde estou? não sei, me pegaram pelos pés e de ponta cabeça fiquei.
Que estranha gente! que de repente me bate, me corta e sorri;
Tava tão quietinho, quentinho ali e fui obrigado sair por uma força empurrando minha bunda.
Êta confusão danada! e sem me perguntar me jogaram na água.
Uma mão veio em minha direção, esfregou os meus cabelos,
desceu para minha cara quase a me sufocar, lavou o meu pinto, saco, pernas, pés, não parava de esfregar.
Não sei quanto tempo durou este vai e vem
Até que me levaram para alguém, que tinha um cheiro conhecido, me sentia protegido. Ela me abraça, me beija, sorria pra mim oferecendo o peito, e pelo instinto, minhas mãos a segura com carinho e minha boca suga sem parar o líquido que me acalenta. E naquela satisfação, ensaiei um sorriso, porque visualizei MAMÃE pela primeira vez.