POBRE ARTHUR

Dez anos se passaram.

Mas lá continua,

Sofrendo.

Arthur...

Todo quebrado e maltrapilho.

Suas pernas cansadas,

seu corpo todo maltratado.

Foi assim durante dez anos!

Quando era jovem,

Todos o queriam.

Viviam em cima dele.

O bajulavam e cuidavam.

Brigavam por ele.

Mal viam a hora de chegar em casa

para junto dele descansar.

Ele se achava o manda-chuva,

o maioral, e se gabava com os outros.

Mas como todos, ele foi envelhecendo,

ficando velho.

Mas assim mesmo era querido.

Ate que na casa chegou ela...

Güíniver.

Tão bonita, perfeita e jovem.

Seu coração pertencia a Lancelot.

Ele ficou tão obcecado por ela,

Que nem percebeu que perdera.

Que não gostavam mais dele.

Apenas dela.

De raiva, fazia com que as pessoas caíssem.

Foi ficando um velho rabugento e chato.

Não mais o agüentavam.

Esbarravam nele...

Mas ninguém o percebia.

Foi ficando no canto e empoeirado.

Triste e melancólico...

Ate que um dia,

resolveram livrar-se dele.

E a mãe da casa deu as palavras finais:

- Levem essa cadeira para o sótão!

Sujo e empoeirado,

onde jaz ate hoje em um canto.

Ana Júlia Marcato
Enviado por Ana Júlia Marcato em 15/11/2008
Reeditado em 09/06/2012
Código do texto: T1285565