Os deitados..
Como deitar..nesses berços..de outrora..em minha vida.
Como sentir..o gosto amargo...da utopia..de um passado de agonia..
Nesse extenuante..cansaço que sempre me sacrifica..
E me enche de medonhas e hediondas fantasias..
Como deitar...nas redes..da sanidade..que enfeitiça..
e conseguir dormir..nos dormitórios da vida?
Como aprender sonhar, em camas assim vazias..
aonde a dor da discórdia..sempre me imuniza..
Como desdizer..povérbios...que tanto nos embalaram..
nesse arrepiante instante..de inverdades..dormentes...
Como salvar...um homem ou uma mulher da noite..que
lhes responde..com a madrugada triunfante...na insônia hilariante...
Como escurecer o quarto, se a luz da manhã surgiu...
e porquê ter medo agora, se o mundo já teceu...seu cotidiano..de
labutas..e trovões...
Como deitar-se...iremos..depois das mãos encarnadas..com o sangue de um irmão, depois de uma luta armada..
Como ser deitados...em pé..depois da escuridão relâmpago, que durou apenas ...um segundo.