ITHAIS
Eu ri do teu romance
Repentino e ingênuo
Eu ri com gosto por sua felicidade.
Eu ri do seu anseio pelo misterioso
Pelo desconhecido.
E querendo desvendar tudo
De um só golpe.
Eu vi você ficar realizada e feliz,
Porque estava conhecendo o mais
Nobre dos sentimentos,
O amor!
Eu vi quando o amor lhe carregou
E lhe embalou por doces caminhos
E lhe fez o coração brilhar,
Mas também lhe carregou
Por caminhos escarpados e ásperos,
E você sorria feliz,
Ao lado do seu amor.
E você vivia o amor.
Amor que aos poucos começou
Lindo e surpreendente,
E que depois começou
A lhe sufocar.
E você chorou.
E eu chorei meu pranto sem lágrimas
Apenas no coração, junto com minhas preocupações
Que somente eu podia ver.
Eu chorei quando vi seu amor se despedaçar.
Eu não esperava, estava tudo tão lindo,
Mas como começou, tudo acabou.
E seu grande amor partiu.
Mas você continuou acreditando na vida,
A espera quem sabe de outro amor, mais amor.
E enquanto ele não chega,
Para que os embalos, os flertes, os sonhos?
você sorri...
E eu sorrio novamente,
Esperando que um dia você chegue
Aonde pensa que vai.
Enquanto isto me pergunto:
A quem puxou esta menina?
Porque ela é tão diferente dos irmãos
Preferindo apanhar da vida,
Mas querendo ser dona da conquista, do conhecimento.
A quem puxou assim tão festeira e inebriante,
Também a inebria-se por desejos, fantasias, e realidades.
Querendo sorver a vida de um só gole,
Vivendo todas as emoções sem peias,
Fazendo tudo por sua própria cabeça.
Birrenta, respondendo alto
Mais alto que eu.
Imagine...
Diz que é independente
Que ninguém manda nela
Que aprendeu a viver a vida.
A quem puxou esta menina?
Então a mãe me respondeu...
A você; a quem mais?
Você sempre foi assim,
Só que nunca percebeu...
Para minha caçula Ithais, com TH que herdou da bisavó.
Salvador, 04/11/2008.
Barret.