Minha mãe e meu pai

Vejo o seu sorriso entre as nuvens

Separação distinta das dimensões

Sinto que estende as suas mãos

E acolhe-me, como a um filho

Que zonzo e sem rumo

Atravessa a rodovia dos homicidas.

Pronuncia palavras aos meus ouvidos

Quando um labirinto dificulta o meu ouvir

Acalanta este seu rebento

Que desavisado, percorre por trilhas dantescas

Sem ao menos consultar um cicerone.

Municia-me de armas

Que contrabandeou do paraíso

Armas que aos poucos aprendo a usar

Todavia, ainda continuo no treinamento intensivo.

Não chore por mim

Apenas me socorra com sua viatura celestial

Visto que tem o amparo da Senhora.

Faz-me ninar quando não tiver sono

Alimenta-me de frutos doces quando tiver fome…

Este seu mundo invisível…

Junto a você está o seu esteio

Que compartilha com seus propósitos e evoluções

Que bom! vocês ainda existem…