Adeus sem Adeus

Adeus a meu pai, sem adeus

Clevane Pessoa de Araújo Lopes

De meu pai ,

que neste mês se vai

de encontro à amada esposa,

herdei muitas coisas.

No atavismo ,cacos verdes de jade

sempre e mais que o possível.

O senso de honestidade plena.

A não mentira.A música que assobiava baixinho.

A criatividade-minha casinha de bonecas

feita por ele, era um rádio oculto.

A capacidade de perdoar, apesar de tudo,

pois o amor incondicional

é o caminho para a PAZ.

Graças a ele, não temi o mundo masculino,

primeiro namorado da menininha ,

modelo para a mulher em formação,

espelho para a maturidade perene.

Do curioso viajor, o interesse pelas viagens,

do estudante eterno,

a curiosidade pelas estrelas, as regras de Português,

a História e a Geografia, a Aritmética, tudo

atividade lúdica e saborosa.

Penso que ele partiu mais novo que eu.

O registro de perda é forte demais, o luto

em manto-estrelário, pesa-me nos ombros.

mas as doces lembranças, o agradecimento eterno,

tornam mais leves minhas asas nesse adeus

-e ainda o acompanho na jornada

inesperada.

Morreu sem morrer,

partiu mas fica,

fechou os olhos

mas deixou esses caquinhos verdes nos meus.

Sua ausência é presença,

ainda lhe sinto o cheiro

e o último abraço.

Adeus, meu pai, sem Adeus.

Grata ,de antemão ,aos amigos que lerem e divulgarem aos grupos e pessoas conhecidas em comum .Somente na próxima semana, estarei na Internet plenamente,

Clevane