Nos olhos de uma mãe

Nos olhos de uma mãe,

A saudade do filho perdido.

A angústia de não poder vê-lo,

A dor de não mais senti-lo.

Nos olhos surge uma lágrima,

De angústia, de solidão,

Reflexo da triste alma,

Sofrer de uma pobre mãe.

Que tem seu filho roubado,

Escondido num porão.

Nos olhos de mãe há esperança,

Há desejo de encontrar,

O filho em si gerado,

O filho a quem se dispôs a amar.

Nos olhos, olhos sofridos,

Que choram lágrimas de dor,

Palavras silenciadas fluem como um rio,

Escorrem do rosto da velha mãe,

Que ora a Deus pra que as recolham

Tornem lágrimas de tristeza,

Em alegria tal vinho fino.

Que mãe não dá sua vida,

Ao fruto do vosso ventre?

Que mãe não mata e morre,

Por um filho, sua semente?

Uma mãe é o abrigo,

Que se esconde uma herança,

Tesouro raro é uma mãe,

É um presente, de Deus a semelhança.

O filho mesmo adulto deve amar sua mãe,

Aquela que deu sua vida,

Acalmou-lhe nas aflições,

A que lhe ensinou o caminho,

Primeiros passos a trilhar,

Amar pra sempre, instintivamente.

Amar com zelo, com respeito,

Concedendo-lhe boa velhice.

Amar só de palavras é filosofia, é crendice.

Ama os olhos chorosos da tua mãe!

As lágrimas por ti derramadas,

Os peitos em que te alimentaste!

O colo em que te aninhaste!

Ama e não a deixes só,

Ama acima de tudo,

Não deixe que os seus olhos escureçam

Se transformem em tristeza,

Abandonada num leito de solidão,

Esquecida num monturo,

Ama, honra a tua mãe,

E será próspero teu futuro.