"Poema a Carobella".

Ó que imensa dor demonstram os teus olhos fundos!
Que de tão diáfana é a mais crassa dor do mundo,
A inesperada perda de Isabella.
A morte dela nos trás o simulacro em tom esfume,
Inebriante ante a taça do amargo vinho do ciúme,
Que emoldura a ignóbil tela.
A fera ataca, e, crava as afiadas garras na garganta,
E, sua ira, na destreza de um felídeo já não nos espanta,
Diante da angústia de Isabella.
Mas, e os hematomas na epiderme não são o vil presságio?
De Isabella a morte infame não nos é crível no sufrágio?
De um corpo que me cai pela janela.
Por que razão a insensatez, o ódio do cálice derramado?
Por que razão um corpo frágil e infantil, assim, é destroçado?
No frio infanticídio que se entela.
Ó vermes insanos que na oligofrenia, vêm e a mão espalma!
E, matam o corpo, porém não têm como matar a alma,
Da pequenina flor chamada Isabella.
Esdrúxulos, covardes, escárnios vivos da putrefata sociedade,
Replantam a rosa nos jardins férteis da perene eternidade,
Que sinaliza com a alma tão singela.
Da imensidão do cosmo o seu perfume há de invadir o Terra,
E, lá na mesquinhez da alma, o remorso, sim, ali, se encerra,
Pelo ceifar de uma vida tão singela.
E o perfume há de enxugar as mornas lágrimas da Carolina,
O pranto inoportuno que na profundidade da dor a alma confina,
Onde o brilho dessa flor, enfim, desvela.
O Direito Humano busca nos fatos os elementos da condenação,
Mas, o Direito Divino não vê os fatos, julga pela intenção.
De matar tanto à Carolina quanto à
Isabella.
YOSEPH YOMSHYSHY
Enviado por YOSEPH YOMSHYSHY em 15/05/2008
Reeditado em 16/05/2008
Código do texto: T990562
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