UM VÔO ALÉM MAR
RosanAzul
10 de maio de 2008
Sob a luz de um silencioso sonho
Vejo-me caminhando
Por lindos campos d’ouro.
Não sei onde estou.
Muito longe, ouço pessoas cantando
Um canto melancólico e tristonho.
Não tenho medo.
A cidade está quieta,
Adormecida.
A noite conduziu minh’alma,
Que aqui desperta comedida.
Continuo a caminhar,
Em passos largos e firmes
Sentindo o cheiro de mistério no ar.
E ainda não sei onde estou,
Acredito que além mar...
Atravesso agora um enorme portal,
O inegualável aroma da relva molhada
Suaviza o cenário empedrado
De construçao abalizada.
Onde posso avistar um imenso vale
Um lindo campo verde
[imortal]
Tapete em arraiolo
Estendido ao chão
Entrecortados por riachos cintilantes
Ladeado por muitas flores em botão.
O vento sopra um leve balanceio
Dando movimento aos pequeninos arbustos
Que fazem um debruado no passeio
Sinto um pouco de frio
Trazido pelo ar gélido da madrugada
Que parece ganhar proporção
Por avantajadas paredes de pedra.
Me aproximo lentamente
Tomada por forte emoção
Que se afigura
Diante da enorme muralha petrificada
Muito fria e lisa
Insensível aos meus instintos.
Pequenos musgos nas ranhuras
Fazem desenhos em labirintos.
Talvez deixados por uma poetisa...
No ar, um pouco mais de gelo.
Em meio as paredes pedregosas;
Observo uma entrada arqueada
De um rico e ornamentado castelo.
Um sorriso apertado ao frio
Num corpo feminino e esguio,
Parado me espera.
Estende-me a mão,
E me transponho
Nessa cidade encantada
Penso estar num sonho
Dentro do sonho
No mundo do conto de fadas...
Em cada passo secular
Uma descoberta é acrescentada
À minh’alma cigana
Dentro de um cenário histórico vivo.
Me fazendo pensar no sonho
Que estou sonhando...
E que agora me desconserta
Diante do magnífico e altivo
Templo de Diana.
Transpasso as colunas de Coríntos em ruínas
Estou aturdida...
Nunca vi algo semelhante
Imagem contraditória
No tempo adormecida
Amostra grega em meio às campinas..
Sinto-me dentro da própria história
A moça que caminha sempre ao meu lado
Me diz agora o seu nome
Que é doce e suave
Como apresenta-se sua aparência:
Elisa.
E assim como uma brisa
Em meio a baixa neblina ela some...
Me deixa sozinha
Na porta de uma igreja
Que lentamente vou adentrando.
De pronto sinto um grande tremor
Ao deparar-me com seu interior
Totalmente revestida
Por ossos humanos...
Tomo outra direção
Onde avisto uma praça e outra igreja
Na praça percebo um poço.
Se acalenta meu coração.
Fazendo-me recordar
Das histórias dos amantes
Dos amores escondidos.
Dos pedidos e juras eternizadas
Feitos nas beiradas das fontes.
Dirijo-me então a igreja
Onde posso ler
Igreja de Santo Antão.
Acordo emocionada...
Acelerado está meu coração
Minha voz embargada
Lembro-me ter feito um pedido:
Do meu sonho se tornar real
Não posso ter confundido,
O cheiro do meu Amado Portugal
Doce Pátria de forte egrégora
A cidade que sonhei,
Agora eu sei:
Érova.
Palma Alentejana
Breve aí estarei...
Rosana.
RosanAzul
10 de maio de 2008
Sob a luz de um silencioso sonho
Vejo-me caminhando
Por lindos campos d’ouro.
Não sei onde estou.
Muito longe, ouço pessoas cantando
Um canto melancólico e tristonho.
Não tenho medo.
A cidade está quieta,
Adormecida.
A noite conduziu minh’alma,
Que aqui desperta comedida.
Continuo a caminhar,
Em passos largos e firmes
Sentindo o cheiro de mistério no ar.
E ainda não sei onde estou,
Acredito que além mar...
Atravesso agora um enorme portal,
O inegualável aroma da relva molhada
Suaviza o cenário empedrado
De construçao abalizada.
Onde posso avistar um imenso vale
Um lindo campo verde
[imortal]
Tapete em arraiolo
Estendido ao chão
Entrecortados por riachos cintilantes
Ladeado por muitas flores em botão.
O vento sopra um leve balanceio
Dando movimento aos pequeninos arbustos
Que fazem um debruado no passeio
Sinto um pouco de frio
Trazido pelo ar gélido da madrugada
Que parece ganhar proporção
Por avantajadas paredes de pedra.
Me aproximo lentamente
Tomada por forte emoção
Que se afigura
Diante da enorme muralha petrificada
Muito fria e lisa
Insensível aos meus instintos.
Pequenos musgos nas ranhuras
Fazem desenhos em labirintos.
Talvez deixados por uma poetisa...
No ar, um pouco mais de gelo.
Em meio as paredes pedregosas;
Observo uma entrada arqueada
De um rico e ornamentado castelo.
Um sorriso apertado ao frio
Num corpo feminino e esguio,
Parado me espera.
Estende-me a mão,
E me transponho
Nessa cidade encantada
Penso estar num sonho
Dentro do sonho
No mundo do conto de fadas...
Em cada passo secular
Uma descoberta é acrescentada
À minh’alma cigana
Dentro de um cenário histórico vivo.
Me fazendo pensar no sonho
Que estou sonhando...
E que agora me desconserta
Diante do magnífico e altivo
Templo de Diana.
Transpasso as colunas de Coríntos em ruínas
Estou aturdida...
Nunca vi algo semelhante
Imagem contraditória
No tempo adormecida
Amostra grega em meio às campinas..
Sinto-me dentro da própria história
A moça que caminha sempre ao meu lado
Me diz agora o seu nome
Que é doce e suave
Como apresenta-se sua aparência:
Elisa.
E assim como uma brisa
Em meio a baixa neblina ela some...
Me deixa sozinha
Na porta de uma igreja
Que lentamente vou adentrando.
De pronto sinto um grande tremor
Ao deparar-me com seu interior
Totalmente revestida
Por ossos humanos...
Tomo outra direção
Onde avisto uma praça e outra igreja
Na praça percebo um poço.
Se acalenta meu coração.
Fazendo-me recordar
Das histórias dos amantes
Dos amores escondidos.
Dos pedidos e juras eternizadas
Feitos nas beiradas das fontes.
Dirijo-me então a igreja
Onde posso ler
Igreja de Santo Antão.
Acordo emocionada...
Acelerado está meu coração
Minha voz embargada
Lembro-me ter feito um pedido:
Do meu sonho se tornar real
Não posso ter confundido,
O cheiro do meu Amado Portugal
Doce Pátria de forte egrégora
A cidade que sonhei,
Agora eu sei:
Érova.
Palma Alentejana
Breve aí estarei...
Rosana.