METADE RUÍDA

Desfilo pela face da noite

Entre lágrimas prodigiosas

Escavando ravinas profundas

Na estranha sensação de irrealidade

Da força que ocupa o meu alivio

Espalhando o meu olhar a pique

No movimento das paixões que perdi

Flutuando na minha metade ruída

Para devolver a minha grandeza

Surjo lúcido no esplêndido

Aluindo o longo dos meus erros

E saio das quedas rompendo o medo

E empurro o tempo a meu favor

Dotado de limites nítidos

Sopro experiência aos meus dias

Nas intempéries dos sentimentos