"Soco...borto...não".

Socorro!
Ajudem-me,
Por favor!
Ah!... - quem sou?
Sou...ou...ou...ou...
É; me chamam espermatozóide.
Não...ão...ão...ão...
Não é o esper,
Que matou a zóide,
É espermatozóide.
Sabem?
Eu encontrei.
O que?
Ah!... - uma namorada.
Quem?
A tal de célula,
Não... - não é Célia,
É celula.
A célula mater,
O óvulo... - sei lá!
É tão estranho né?
no ínício... - oh!
Eu nem a via.
Também pudera,
Havia um túnel,
Um corredor, é,
E depois dele...
Uma caverna!
Era um túnel com calor,
Mas, sem lucerna.
E ali eu me mexia.
Então, jamais pensara,
No meu falar uníssono,
No meu impar colóquio,
Lá trompa para onde eu ia,
Que trompa?... - a uníssona,
A de um tal Gabrielle Falópio.
Ouço vozes a outros silenciosas,
Que do coração se me entona,
E, entãop, juntos caminhando,
Ante uma superfície esponjosa,
De uma parede de progestrerona,
Vamos, nós, ali, se fixando.
É...é...é...é...
O nosso quarto é quente,
E é tão aconchegante!
E, é antes um protótipo,
Sim, mas é da gente.
Entrementes, querem nos expulsar,
Tomam um comprimido de Genecodice,
E, também, um chá de canela,
E, nós, ali, como falar?
Se somos mudos, e, a nós não há revide,
E, sobre nós, a decisão é dela.
Lento, ali, na estranha espécie de porto,
E, ela e eu seguimos vendo,
Ao vento nos fugir a desgraça,
Da triste ameça do aborto,
Enquanto, ali, vamos crescendo.
Decorrem onze ou doze luas minguantes,
E, se temos a vida somente Deus a toma,
Espermatozóide, óvulo... - o quê?
Já não somos, agora, o mesmo d'antes,
Pois ela e eu, antes parcela, somos a soma,
E o total é um bebê!
YOSEPH YOMSHYSHY
Enviado por YOSEPH YOMSHYSHY em 07/05/2008
Código do texto: T979105
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