Fênix
Dores intensas no inconsciente
Fortes espinhos furam o cérebro de um indigente
A lágrima quente no rosto marcado
Pelas garras quebradas de um fuzilado
Fracassado pela fórmula do sonho egoísta de um condenado
Dos escombros e cinzas se levanta a fênix da promessa de salvação
Com passos arrastados pela dor
Luta contra a criatura das armas escuras
Com a esperança de vitória no coração
Vozes ecoam pelas fendas da mente
Chegam às cordas da laringe
Num silvo desesperado de serpente
Prestes a atacar quem ousar se aproximar
As asas da fênix foram quebradas
Mas suas pernas vão lhe sustentar
Por onde tudo é sem apoio, sem destino
Vê caindo da mão de um menino
Um punhal com a lâmina a brilhar
Se esforçando para que o choro demente
Lave o solo do sangue inocente
E se entregue para se salvar