ÂMAGO

Porque nascemos para partir

Não desenhamos nos campos do futuro

Caminhamos a esmo pelas ruas da vida

Sonhando e esgueirando-nos no escuro

O mal que está em nós nos condena

A vivermos cegos sem ver o clarão

Que existe atrás do alto muro

Que construímos com a luz da razão

Mesmo assim nos bate um coração

Lampejo de esperança na noite fria

A nos embarcar no comboio da ilusão

A vida se resume nisto, pois o resto é vão

Pois quando o trem dos sonhos não vem

A dor nos espera na próxima estação