BALAIO DE SONHOS
RosanAzul

Lá vai o menino com os pés descalços
Seguindo solitário o seu caminho
Cantando baixinho seus percalços
Cabelinho na testa, é um indiozinho.

Lá vai o indiozinho ao sol, pobrezinho
Levando ao lado o seu roto balaio,
Coberto com asseado paninho
Cheio de sonhos de maio.

Lá vai o menino de olhos tristonhos
Cuidando de seu balaio roto.
Alimentando-se dos seus recheados sonhos
Come um. Olha pra outro....

Lá vai o indiozinho seu sorriso é singelo
Seu rostinho redondo iluminado
Dizia o quanto é sincero
Tinha um semblante cansado.

Então chega o menino
Na margem do rio
Sentado no barranco, pesca sozinho.
Ao seu lado, o balaio vazio.

E pesca então o indiozinho
Todos os sonhos submersos
No fundo do Rio Diamantino.
Sonhos, suspiros, gemidos. Seu universo...

E Pesca o menino sem descanso
Seus sonhos pulam na relva molhada
Em direção ao remanso
Não tinha mais medo, não tinha mais nada.

Sorri agora o indiozinho.
Pescador de novos sonhos
Com seu roto balaio cheinho
Ao lado o menino e os versos que componho...
RosanAzul
Enviado por RosanAzul em 05/04/2008
Reeditado em 23/05/2008
Código do texto: T932795