DOCE MISTÉRIO

Tempo que vai...
Descompondo
As notas musicais,
Destintando,
Os pêlos – os cabelos,
Limitando,
O movimento dos ossos,
Deixando,
Destroços e pó,
Apertando,
O nó entre os dedos,
Sem dó,
Dos desenredos.
Tempo que vai...
Ignorando os ais,
Atropelando tudo,
Tornando mudo,
O sonho do futuro,
E contornando,
Todas as emoções;
Com um muro,
Repleto de indecisões.
Tempo que vai...
Distante demais,
Do meu show,
Do que eu sou,
Do que eu quero,
Pra onde eu vou?
Doce mistério;
Apenas espero,
Que do outro lado,
O meu tempo seja ilimitado,
E eu possa então - voar...
De vez enquanto repousar
Suavemente ao redor,
Do poeta maior.