Um Abraço
“Um Abraço”
Meio dia de chuva
Saio rapidamente
Meu coração saltita
As pessoas têm pressa
Demoro a vê-lo
Lá está alheio ao povo
Que passa e não repara
Nas estátuas e na água
Abraço-lhe demoradamente
Suas mãos de homem me apertam
Seu cheiro me incendeia
Seu hálito dá-me um nocaute
Ele é uma escultura viva
Se fosse um Michelangelo,
Falaria palavras de amor
Se fosse um Fídias
Seria um grego perfeito
Se Rodin,
Beijar-me-ia como só ele sabe
Se Deus,
Arrancaria suas costelas
Mas ele só me abraça
Calado, forte, sensual
Vou-me embora no meio do mundo
Nem olho para trás
A chuva, agora já passou
As pessoas, fizeram o seu dia
Meu homem, me aguarda
E eu, ainda continuo molhada.
JB Alencastro