Rosas Femininas
Pelo dia da Mulher que é todo o Dia
A negra flor murcha da liberdade feminina
Ante a rósea flor de sua submissão fina
Plantadas com rigor, vão me despedaçando em dor
Sou quem sou, eu não matei o meu amor!
Negra e agressiva, és o meu estandarte
Rósea e cálida, defronta-me com a realidade
Dum mundo que se esquece de evoluir
Nas sutilezas que definem o todo, no sentir
Não esqueço que sou um anti projeto
Sou a fala desregrada de um pavor, um medo
E no medo que por vezes consome minh’alma
Não grito, não choro, fico estancada
Negra é minha rosa revoltada e finada
Que se percebeu numa luta, tão cansada
Rósea, a placidez duma conformidade crua
Que sem preparo deixou minha luta nua
Negra sou perante os olhos dos que me temem
Rósea perante o desgoverno do amor ausente
E nesta contrariada poesia de flor bicolor
Degladiei-me com minha consciência incolor
Onde o certo e o errado se fazem claro e inexistentes
Como se não houvessem bandeiras, ilusões e frentes
Assim como sempre foi, e é o que de mim espero
Assim como é aos que não sugam o que nos é belo