QUANTO TEMPO FAZ!

Quanto tempo faz, amor!

Que eu entrei por aquela porta.

Estava meio morta.

Tão abatida.

Desencantada da vida.

Quanto tempo faz...

Lembro tudo como se o tempo tivesse parado.

Meu amado.

Fomos conversando.

Um com o outro brincando.

Algo entre nós nascia.

E se fortalecia.

A intimidade.

Fomos mostrando a alma.

Aquela que tantas vezes tentamos esconder.

Para suportar o viver.

Estávamos os dois... a sofrer.

Quanto tempo faz!

Parece que foi ontem.

Havia um encanto tamanho que me assustava.

É, tudo aquilo me amedrontava.

Eu me perguntava.

De onde conheço este homem?

Por que me parece que na memória o guardo?

Por que por vezes a sensação que tenho é que ele faz parte do meu passado?

Nestes anos tentei fugir dos sentimentos.

Para evitar sofrimentos.

Mas descubro agora feliz que sob as cinzas dorme uma brasa ardente.

Estou tão contente...

Tão contente.

SONIA DELSIN
Enviado por SONIA DELSIN em 08/03/2008
Reeditado em 19/04/2011
Código do texto: T892181
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