Ainda há felicidade

Vivo a vida perguntando

Que diabos há para ser feito?

Que vazio é esse em meu peito?

Vou à morte indagando

Será que tenho utilidade?

As pessoas por mim passam

Indiferentes, passo a passo

Numa música sem rítmo seguem o descompasso

Apenas fantasmas que por mim transpassam

Será que têm utilidade?

Guerras sem valor são travadas

Começam, acabam, recomeçam e tornam a acabar

Matamos uns aos outros sem parar

Em lutas sem amor realizadas

Será que há maior futilidade?

O amor virou um fardo

A amizade encontrou o cansaço

A lealdade já não tem espaço

Como se a ganância houvesse triunfado

Será que há mesmo necessidade?

Não entendo o que se passa na cabeça desta raça

Raça de animais irracionais

Que se considera a mais racional entre os animais

Raça de pura desgraça

Mas ainda há felicidade!

Ainda há beleza pela qual lutar

Ainda há bondade, em cujas mãos deposito minha esperança

Ainda há mais nascimento que matança

Ainda há boas almas que não hão de vacilar

Ainda há felicidade!

J A Dorriguello
Enviado por J A Dorriguello em 06/03/2008
Reeditado em 06/03/2008
Código do texto: T888945