LINHAS EXATAS
E vieram como um sopro
Juntando-se sobre os muros
Empilhando-se pelas calçadas
Cobrindo as cruzes e as praças.
E tanto mais se juntavam
Mais a sede castigava
E o esforço que garimpavam
Já não tinha uma linha exata.
Perpendiculares ficavam
Ou de quatro pernas para o ar.
E sonhavam a esperança da paulicéia
Nas cargas e nos reflexos,
Complexos amplexos de quem vive
Na contramão e no revés de cada sonho.