LINHAS EXATAS

E vieram como um sopro

Juntando-se sobre os muros

Empilhando-se pelas calçadas

Cobrindo as cruzes e as praças.

E tanto mais se juntavam

Mais a sede castigava

E o esforço que garimpavam

Já não tinha uma linha exata.

Perpendiculares ficavam

Ou de quatro pernas para o ar.

E sonhavam a esperança da paulicéia

Nas cargas e nos reflexos,

Complexos amplexos de quem vive

Na contramão e no revés de cada sonho.

Luciah Lopez
Enviado por Luciah Lopez em 04/03/2008
Reeditado em 04/03/2008
Código do texto: T887024
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