Do mar gelado chamado solidão
Movo os lábios,
Mas eu mesma
Não ouço as palavras
Que pensava estar
Saindo deles.
Percebo sim,
Minhas mãos suadas
E uma lágrima
Que escorre por meu rosto
Caindo em meus seios
Molhando, além deles,
Meu coração
Já ressecado pelos
Ventos áridos do
Mar gelado
Chamado solidão.
Levanto o rosto presunçoso
De quem mesmo sofrendo,
Não se entrega.
De quem mesmo
Chorando, sorri.
De quem mesmo
Morrendo, sobrevive.
Posso não ter
Ninguém além de mim
Mas nunca deixarei de procurar
E se um dia disser que desisti
Podem me matar. Enlouqueci.