PARA O SER QUE NASCEREI

no enquanto

na sola dos pés

esses precários

que nada sabem

senão

o sonho

de outro solo

para pisarem

solo

para a planta de pés

novos

semente

por ora

invisível

no solo a vir da planta

r

i

pelas ruas nascidas g

destes passos cegos r

prosseguindo e

às cegas m

a aguardarem o e

dos

sentidos novos

para as pedras

as folhas

a poeira

raízes do silêncio

vento a varrer

a inércia

do tempo

prestes a morrer

vir

alguma sílaba já a

do ainda

assim indecifrável

como um deus

sílaba

assim saudade

assim carícia

assim cantiga de ninar

para o ser que nascerei

plantas brotar

que hão de

para novas colheitas

de palavras

S

O

R

A

S

S

Á

P

PAÍSES

OUTRAS PEDRAS

AZUIS JAMAIS VISTOS

NEM ADIVINHADOS

Mundo para infantes

céus para

deuses familiares

solo para pousar

macia estrela

onde se dancem

onde se cantem

as canções

todas as canções

vindas do Sol.