TERCEIRO MUNDO ( Montanha falante )

TERCEIRO MUNDO ( Montanha falante )

Eu, montanha, não reclamo,

Fui doada ao homem por Deus,

" Viverei " por muitos anos,

Dou assim, graças a Deus...

Por não sofrer tantos danos.

Exibo a minha nobreza,

Sirvo aos alpinistas,

Bela, por natureza,

Sou modelo para artistas.

Fico a fitar cá de cima,

Meus " colegas " e o homem,

Que faz verdadeiras chacinas,

Mais parece lobisomem.

Esquece que a água é vital,

Pra beber, lavar e nos portos,

Rios, lagos, mares e tal,

Já se encontram quase mortos.

As matas, então, coitadas ,

Só fornecem coisas boas,

Covardemente queimadas,

Por esse " bicho " à toa.

Quando assim não acabadas,

Por ganância e por dinheiro,

Faz-se grande derrubada,

Não resta nada inteiro,

Fica toda mutilada.

O ser, dito inteligente,

Esquece que sem o ar,

Nem animais, como gente,

Vão conseguir respirar.

Com tanta poluição,

Resta pouco a aproveitar,

Os olhos quase sem ver.

A pele a se adoentar.

Mas causa judiação,

Suja o ar pra valer,

Com máquina ou condução,

Não dá para bem viver.

Os mares, belos que são,

O humano não respeita,

Emporcalha, sem razão,

Com atitude suspeita.

A terra é sacrificada,

Com diversas substâncias,

Uma prática errada,

Até a última instância...

Se um dia for julgada.

Com tantos desvios de rios,

E quantos represamentos,

Desfaz, sem nenhum brio,

Até do firmamento.

E ele fica confuso,

Sem saber quando chover,

Ou se causa grande seca,

Para o homem padecer.

E este, com seu abuso,

Atrapalha o sol nascer.

É tanta fumaça no céu,

Que ofusca sua própria vista,

Dá impressão de um véu,

Fere a natureza artista.

Mas ouçam, caros amigos,

Nós temos que nos vingar,

De vez em quando, eu digo,

Dá vontade de arrasar.

Os morros, nossos irmãos,

Provocam deslizamentos,

Apavoram a população,

Tiram vidas de inocentes,

Com tanta provocação

Que o homem faz com a " gente".

O mar, tão majestoso,

Age da mesma forma,

Quando fica muito raivoso,

Parece até uma norma :

Destrói tudo à sua frente,

Não fica nada de pé,

Aniquila, mata gente,

Com a poderosa maré.

O céu, também assustado,

Com tanta destruição,

Vez ou outra, fica irado,

Faz barulho com trovão.

Manda raios pra matar,

Ciclones e tempestades,

Tudo pra detonar,

Seres humanos e cidades.

O Sol anda chateado

De ver tanta coisa errada,

Muito mais aproximado,

Vai fazer sua queimada,

Mas diz,- não das atuais,

Veja a sua pretensão :

Passa a água para trás,

Imita Noé, então,

Recolhe os animais,

Mata os homens com razão,

Não se vê nenhum mais,

Vão virar todos carvão.

É preciso essa vingança,

Para o homem refletir,

Por que tanta matança ?

Parece se divertir.

Aí surge um novo mundo,

Diferente do acabado,

Planeta menos imundo,

Com tudo bem colocado.

Os seres inteligentes,

Como o são no presente,

Usando melhor a cabeça,

Nunca ninguém esqueça :

Sem guerras e preconceitos,

Valorizando o que é direito.

Sem ódio, nem rancor,

Nem tantos assassinatos.

Vivendo com mais amor,

Direito à comida no prato.

Respeito à natureza,

Também aos vivos e mortos,

Todos com educação,

Menos doenças nos corpos,

Nas mentes, nos corações.

Muito menos governantes,

Excluída a corrupção,

Nada igual aos de antes,

Nem em sonho, meu irmão !

Um mundo de liberdade,

Todos serão irmãos,

Mas, unidos de verdade,

Haverá orgulho, não.

Não havendo vaidade,

Ódio, inveja, traição,

Existirá felicidade,

Muito amor e união.

Mudanças nos alimentos,

Sem matança dos animais,

Sem drogas, nem documentos,

Sem dinheiro, haverá paz.

Um mundo sem miséria,

Todos serão respeitados,

Não se farão mais pilhérias,

Do povo assalariado.

Todos terão moradia,

Acesso à educação,

Hoje, é covardia,

Só tem quem é exceção.

No terceiro mundo de Deus.

Podem todos ter certeza,

Tudo, graças a Deus,

Será uma eterna beleza !

Mudai o homem, Criador,

Anulai sua avareza,

Enchei seu coração de amor,

Que esqueça a nobreza.

Que sua cabeça entenda,

Viver não é só vantagem,

Não é querer só renda,

A vida é uma passagem.

Isso é um lindo sonho

E um pedido ao Senhor :

Fazei um mundo risonho,

Onde haja mais amor !

Quem vos roga é a montanha,

Já que o homem não o faz,

Sua atitude é medonha,

Só mata, destrói, desfaz,

Minha vontade é tamanha,

Para que haja muita Paz !

Apoiando a montanha,

Auro. ( Também sonhador )