SEMEAR
Sementes mal semeadas
Crescem frágeis em meio a labirintos...
Ao olhá-las, sou pobre mortal...
Longe... muito longe de um ideal.
Pela manhã, sofrem agressões
Através da luz solar...
E a noitinha se contentam
Ao virem o céu brilhar.
Todavia, não estou, totalmente, ausente!
Jamais alheia a estas sementes
Que um dia crescerão bem devagar...
Sem deixarem de lutar...
E ao divagarem, a tecer sonhos, viverão
Como seres visionários...
Ao enfrentar obstáculos
Em favor da paixão.
Ah! Estas sementinhas tão carentes!
Que mal cuidadas e pesarosas
Fazem-me pensar e repensar
O porquê de não lutar... sonhar... criar...
Afinal, lá fora, a humanidade
Envolta em sedução e audácia...
Seja concreta, seja abstrata
Vive o progresso, a ciência e a modernidade.
Mas, será que um dia Quixote não virá?
E Sancho, sempre reinará?
Ah! Vamos poetar, querido D. Quixote de La Mancha!
Deixemos a prosear Sancho Pança!