FENIX

Sob as cinzas eu desfalecida desacreditava da vida.

Mortalmente ferida.

Tudo era finito.

Acabado meu mundo bonito?

Ali sob as cinzas.

Embaixo do manto da dor eu jazia.

Me desfazia.

Morria...

E dentro d’alma um poema nascia.

Um poema que falava do sol.

Um poema que falava dum novo amanhecer.

Como? Se eu estava a morrer?

O poema queria nascer.

Insistia...

E eu tão fraquinha no céu escrevia.

Com letras miúdas eu rabiscava o poema.

Igual uma tela de cinema.

Eu escrevia letra a letra lentamente.

Era um poema diferente.

Brilhava intensamente.

Ali, à minha frente.

A dor, que era tanta, foi se aliviando.

As letras todas do poema brilhando...

Fiquei olhando...

A minha obra admirando.

Fui me sentando.

Me levantando.

Eu o lia com voracidade.

Ele me prometia que eu estava pronta a voar...

Percebi que o poema me convidava a recomeçar.

SONIA DELSIN
Enviado por SONIA DELSIN em 29/01/2008
Reeditado em 13/04/2011
Código do texto: T837434
Copyright © 2008. Todos os direitos reservados.
Você não pode copiar, exibir, distribuir, executar, criar obras derivadas nem fazer uso comercial desta obra sem a devida permissão do autor.