******O ECO DAS SOMBRAS
Na alvorada, o sol ainda se esconde,
E a brisa carrega segredos no ar.
Caminham os sonhos por ruas que respondem,
A cada passo, um novo lugar a se revelar.
O vento, em sussurros, conta histórias perdidas,
Onde a dor se disfarça de flor a desabrochar.
As mãos que se estendem em promessas esquecidas,
Buscam a paz em terras a desconfiar.
Olhos que brilham, mas não veem o horizonte,
Corações que pulsam na sombra do medo.
O povo, cansado, espera o que a vida esconde,
Enquanto a verdade se perde, em silêncio e segredo.
As palavras, soltas, ganham asas e voam,
Mas o eco do grito não se cala no chão.
Nos becos escuros, os anseios ressoam,
E o futuro se molda na palma da mão.
Oh, o céu, que se abre em sua vastidão,
Mas tem o peso da culpa em cada estrela a brilhar.
As guerras internas, os gritos da nação,
São sombras que o tempo não sabe apagar.
A luta pela liberdade, um peso que arde,
Nos olhos que choram sem ter onde descansar.
Os velhos sabiam, mas o mundo se esconde,
Na busca incessante de se perder e encontrar.
Na esquina da vida, a dúvida que persiste,
Entre o que se ama e o que se teme abraçar.
E em cada passo, o medo que resiste,
Faz da fé um fio que se arrasta no ar.
Os sonhos se tornam poeira na manhã,
E a alma, cansada, não encontra descanso.
A liberdade é um campo sem a semente,
E a esperança, um rio que deságua em cansaço.
Mas ainda há aqueles que caminham sem ver,
Com os olhos voltados para o que já foi.
Acreditam que o amanhã pode florescer,
Mesmo quando a dor parece um destino, um herói.
E assim, na quietude da noite que cai,
A luta pela paz não se desfaz.
O mundo gira, e o coração ainda vai,
Batendo forte, apesar dos seus próprios ais.