O Pedreiro e Sua Casa

O pedreiro erguia tijolos,

com mãos calejadas de fé,

sob o sol que queimava os sonhos,

mas ele seguia de pé.

Construía as casas dos outros,

deixava o chão alheio firme,

mas ao voltar para casa,

só o vazio que o oprime.

Um pai de muitos filhos,

um homem de poucas posses,

a cada parede que ergue,

mais pesado o coração sofre.

Ninguém sabia ao certo,

de onde vinha tanta força.

Era o amor pelos seus,

que o mundo cruel não destroça.

Um dia, a vila notou:

uma casa se ergueu no fim.

Era modesta, pequena,

mas tinha um calor sem fim.

Os tijolos eram os mesmos,

mas o brilho era diferente.

Era o suor de um homem,

que lutava para ser gente.

O pedreiro não sabia,

mas a casa era sua.

Cada parede contava

a luta de quem continua.

Ali morou sua história,

suas mãos, sua devoção.

Não era só uma casa,

era seu lar, sua razão.

Lucileide Flausino Barbosa
Enviado por Lucileide Flausino Barbosa em 19/12/2024
Código do texto: T8223045
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