O Pedreiro e Sua Casa
O pedreiro erguia tijolos,
com mãos calejadas de fé,
sob o sol que queimava os sonhos,
mas ele seguia de pé.
Construía as casas dos outros,
deixava o chão alheio firme,
mas ao voltar para casa,
só o vazio que o oprime.
Um pai de muitos filhos,
um homem de poucas posses,
a cada parede que ergue,
mais pesado o coração sofre.
Ninguém sabia ao certo,
de onde vinha tanta força.
Era o amor pelos seus,
que o mundo cruel não destroça.
Um dia, a vila notou:
uma casa se ergueu no fim.
Era modesta, pequena,
mas tinha um calor sem fim.
Os tijolos eram os mesmos,
mas o brilho era diferente.
Era o suor de um homem,
que lutava para ser gente.
O pedreiro não sabia,
mas a casa era sua.
Cada parede contava
a luta de quem continua.
Ali morou sua história,
suas mãos, sua devoção.
Não era só uma casa,
era seu lar, sua razão.