Que o vento leve as nuvens soturnas

Que o vento leve as nuvens soturnas

para que os sinos voltem a dobrar

alvissaras domingueiras

e não anúncios de partidas tão doloridas.

 

A chuva que cai dos olhos rasga a pele

e os soluços da alma ecoam à eternidade

enquanto despedida vivida.

 

Não ri somente a senhora das dores,

mas também o senhor dos tempos,

aquele que controla o relógio da vida.

 

E segue a alma dolente

por entre os umbrais e lápides da vida...

 

Não há mistério na pétala que cai...

segue a gravidade da dor e do sofrimento...

Não há mistério...

 

Há mistério no olhar que se esconde,

no caminhar solitário de um coração

que clama pela paz e anseia

despir-se do negro manto dos pesares...

 

Que o vento leve as névoas soturnas...

para que os sinos voltem a dobrar

alvíssaras domingueiras...

 

Para o texto

Dolências 

De ThiagoRodrigues