JANELA DA ESPERANÇA
Num certo dia, após a tempestade, abri a janela
Para ver o que de belo podia presenciar.
Foi então que descobri uma alegria singela
Perfumando os ares com o seu propagar.
Um cheiro de grama molhada
Num fim de tarde se propagou...
Da esperança descortinada
Encontrei o suprassentido que me inspirou.
A vida sorriu para mim com o seu melodioso canto
E a morte de todos os dias esmoreceu
Juntamente com a escuridão das ruas em pranto
Pela vinda da esperança que enfim apareceu.
Pude degustar o frescor aprazível do vento
E tatear com o coração a sonata dos seres alados
Em comunhão pelos céus no intento
De trazer junto com o arrebol sonhos inesperados.
Pela janela de uma nova vida, um mundo renovado
Ressurgiu como uma primavera ainda mais formosa
Com tantos tons e cores para o meu ser entusiasmado
Na contemplação dessa aurora deleitosa.
Uma infância secreta despertou do seu sono
Para propiciar as suas doces fragrâncias de jovialidade
Na minh'alma que hoje voa pelo entorno
De um porvir a desfraldar uma via de liberdade.