MÁRMORE FRIO

Hoje me livrei dessa horrivel prisão;

Desse mármore frio que me congela o coração.

Vai ver, me apareceum Michelangelo da vida

pra arrancar-me da pedra e da paixão escondida;

pra trazer-me à tona

numa experiência sem dor

e transformar meu momento

num Marco de amor.

Como "alma" que surge da grande pedra bruta;

como bloco duro, sem vida que a tudo escuta,

vou surgindo aos olhos de quem me esculpe;

tomo forma e vida em veloz galope.

E assim me liberta, ainda envolto em pano,

o pequeno artista com cara de romano.

Num abraço infinito me aquece e me afaga,

estracaçalhando pra sempre a velha prisão amarga.

(A. Dourado)

A Dourado
Enviado por A Dourado em 14/11/2024
Código do texto: T8196695
Classificação de conteúdo: seguro
Copyright © 2024. Todos os direitos reservados.
Você não pode copiar, exibir, distribuir, executar, criar obras derivadas nem fazer uso comercial desta obra sem a devida permissão do autor.