De braços abertos
Braços abertos feito asas que não se veem,
Sob a luz do sol no infinito
mergulho no céu que nem sabe que existe,
E o brilho pulsante, dança de chama e sopro,
No dom de sentir, em cores que o mundo insiste, no grito.
Flutuo entre ares de sonhos e espelhos,
risos que despencam de nuvens ao chão,
sou grito no eco, sou eco no vento,
sem freio, sem rosto, sem direção.
Viver , lançar-se nos abismos sem nome,
cair em silêncios que cantam em dor,
sentir que a alma também tem espinhos
e, ainda assim, engrandece em fulgor.
Ser livre nos sentimentos é ser aquarela,
mistura que ri e chora ao pintar,
beber do invisível, dançar no que resta,
e entender o sentido de se reinventar.
Então, que venham abismos, cometas, neblinas,
abraçando cada absurdo, cada instante fractal,
Já que viver é saltar entre o claro e o nada,
e achar o sentido no que é irreal.
Ig: (@Rafa krek)