Doce Açucena

Desfaleceu da alma

A hombridade itinerante

Nesse Universo arrogante…

Me fez devanear noites afora

Minha ingrata paixão.

Um amor platônico fez protagonizar

O retrato antigo na parede

Relatava somente a cor dos olhos!

O sombreado das pálpebras

Já não hás de voltar.

Perambulo na madrugada serena

Sonho com minha doce açucena!

No contexto da razão…

Embora não mereça essa paixão

Na qual me condena.

No êxtase da minha aflição

Me faz devorar como as plagas...

No jardim da vida, minha açucena!

Desabafei com a sombra da lamparina

Sobre nossas almas gêmeas

O mundo me condena…

Desabrigados do amor

Para o abismo da solidão.

E quando amanhecer!

Cabe a ele o Universo segmentado

Pelos átomos da paixão

Purificador da alma e da razão.

Naquele dia ao amanhecer

Contemplei teu olhar

Seu retrato na parede

Recriou meu Universo da paixão.

Ernane Bernardo
Enviado por Ernane Bernardo em 04/11/2024
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