Jornada
No limiar dos anos
No fio da navalha
Entre pérolas e porcos
Continua a jornada
Rasgando o ventre dos caminhos
Entre carreiros
Canteiros
No meio fio das calçadas
A ponta do espinho
No topo da escada
Nossos passos continuam
A vista vai ficando embaçada
As curvas da estrada de Santos
No sertão
Na madrugada
Saíram do caminho
Estou sozinho e mais nada
Várias solidões coletivas
Compartilhando a mesma jornada
Nas velas do Mucuripe
Nas asas metalizadas
Na página lida com atenção
Todos possuem uma estrada
Quem me levará sou eu
O regresso é incerto
Eterno retorno
O ponto inicial
Nossas vidas é o caminhar pelo país
Mesmo que não seja pátria amada
O povo precisa de pão
Para isso é que se faz tantas estradas