Jornada

No limiar dos anos

No fio da navalha

Entre pérolas e porcos

Continua a jornada

Rasgando o ventre dos caminhos

Entre carreiros

Canteiros

No meio fio das calçadas

A ponta do espinho

No topo da escada

Nossos passos continuam

A vista vai ficando embaçada

As curvas da estrada de Santos

No sertão

Na madrugada

Saíram do caminho

Estou sozinho e mais nada

Várias solidões coletivas

Compartilhando a mesma jornada

Nas velas do Mucuripe

Nas asas metalizadas

Na página lida com atenção

Todos possuem uma estrada

Quem me levará sou eu

O regresso é incerto

Eterno retorno

O ponto inicial

Nossas vidas é o caminhar pelo país

Mesmo que não seja pátria amada

O povo precisa de pão

Para isso é que se faz tantas estradas

Marcos Frank
Enviado por Marcos Frank em 24/10/2024
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