Escrito ao longo de cinco dias no hospital

 

A Dança do Tempo

 

 

O tempo aqui dentro não tem mais sentido,

Cada segundo é uma eternidade,

Onde o medo e a esperança, unidos,

Se tornam a essência da minha realidade,

Enquanto espero o fim desse ciclo sofrido.

 

Cinco dias de espera me consomem,

Entre notícias de vida e de morte,

Onde o futuro e o passado se somem,

E eu, no presente, aguardo a sorte,

De que ele volte, sem que a dor o tome.

 

As máquinas são agora sua vida,

Um som constante que me desespera,

Enquanto ele dorme, a alma dividida,

Entre a luta e a vontade sincera,

De voltar para casa, sem essa partida.

 

Mas a fé me diz para continuar,

Para acreditar que o sol lá fora,

Vai brilhar também no seu despertar,

E que ele sairá dessa aurora,

Com força para a vida retomar.

 

E assim, sigo a contar o tempo,

Na dança das horas que não têm fim,

Esperando que o ciclo, lento,

Traga ele de volta para mim,

E que a vida, enfim, encontre seu tempo.

 

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Leia o texto que deu origem a esta carta. Esperança entre Máquinas e Memórias

 

 

A Sales
Enviado por A Sales em 28/08/2024
Código do texto: T8139303
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