Por último, Ele enviará Sua Mãe

Lenda russa se diz, que num tempo longínquo

Deus mandou seu amor sem destino ambíguo

Patriarcas e reis, profetas de fé

Mas o povo seguia, em trevas e pé

Mandou o Filho amado, o Redentor de então

Mas o homem na sombra, perdido em vão

E a lenda revela, em tom derradeiro

Que virá Sua Mãe, como último esteio

Se não a ouvirem, é o fim, desventura

Surdos à Mãe, perdem a alma pura

Ela pisa a serpente, no Gênesis brilha

No Apocalipse, coroada em milha

Nos Evangelhos vive, acolhe o anúncio

Em Caná faz o milagre, num breve enúncio

Serve em Nazaré, trinta anos de amor

No Calvário nos recebe, com dor e fervor

Em La Salette, Fátima, sua voz ecoa

Lourdes e Lepanto, onde o fiel entoa

Éfeso e Bernardo, sua presença se sente

Com São Domingos, o povo ardente

E assim, na lenda antiga, em tom tão vibrante

Maria é esperança, em cada instante

Seu amor nos envolve, num cântico fiel

Na cidade de Cruz Alta, estátua dela rasga o céu

Decimar da Silveira Biagini