Chegados os tempos
No mundo de névoas e sombras
Vislumbra-se a luz da razão
A flor da moral se erguerá
Em solo de fértil virtude
Renova-se a alma da Terra
Tecidos em fios da ciência
Avanços do engenho exaltam
Mas falta à semente o amor
Que nutre a raíz da existência
O fruto que espera a florir
Vão brilho das telas e aço
Eventos de luxo e poder
Esconde-se a dor silente
Pobre ter que não pode ser
No abismo da indiferença
Eterno conflito no peito
Do homem que busca além
As glórias do efêmero encanto
Esquece do eterno ideal
Que habita na paz interior
Lares de mármore frio
E laços de sangue esquecidos
O idoso medita o fim
Do ciclo que a vida promete
No porto da fé redentora
Em festas de ouro e de prata
A alma se perde em volúpia
No vinho que entorpece o ser
Mas cresce a chama da dor
Que arde no ventre da Terra
E surge, da sombra, a regeneração
Da paz que o Cristo revelou
A Terra em flor se erguerá
Num canto de amor e perdão
Renova-se a vida de quem nela despertar
Decimar da Silveira Biagini
22 de julho de 2024
22h02min, poema metafísico