À Fé
Sou a flecha atravessada de Oxóssi.
Sou os raios guiados de Yansã.
Sou a lança certeira de Ogum.
Sou a onda furiosa de Yemanjá.
Sou a terra seca de Obaluaiyê.
Sou o machado justo de Xangô.
Sou a força da queda das águas de Oxum.
Sou feito das mandingas do barro de Nanã.
Sou criado na sabedoria de Oxalá.
Sou a pedra que vai te derrubar hoje, mas que Exu só vai lançar amanhã.
Eu sou uma a continuação da história de quem se atirou no oceano e não morreu, daqueles que descobriram a vida acima e além do corpo.
Sou um novo contar de tempo, uma nova ocupação de espaços, sou uma nova antiga cantiga africana que nunca parou de cantar a liberdade.