Graça da Vida
Graça da Vida
Dos olhos feios e sombras, como catacumbas velhas, eram.
Um caminho ermo, só de pedras e ribanças, velharias e baús.
A árvore negara o fruto, sombra falsa de frescor.
Nem o sol brilhara aquele túnel de mim.
E num ímpeto, desabrochou de orquídea triste.
A rosa coloriu e acordou a pálpebra tão desleixada.
Uma graça bonita, bem clara de sol, invadira o quarto em frestas.
Num sopro e brisa, despertou o ego escuro, a pedra moveu se da inércia, tanto.
Saiu à caminhar numa vereda nova, inventada.
Viu os colibris tão belos, antes, trancados dos olhos.
Surgiu na última curva à frente, um lampejo e farol, um brilho de guia e vida.
E as ondas mentiram à deriva velha, trouxeram como branda brisa, a paz de praia.
Passearam pássaros e florais, borboletas e gracejos.
Dos olhos feios e sombras...
João Francisco da Cruz