PEÇAS DE NULIDADE
Não tenho fé porque é absurdo,
o deserto se agita
e sucede a aberração
do que é desabitado.
Não acredito porque é um erro,
e sopra um vento muito forte,
viração a confirmar
a marca do que seria impertinente.
Há muito pouco porque tudo é muito ambíguo
mas há um instante,
quando algo é impreciso;
quando o presente solitário
adquire o passado,
- forma básica do nada em movimento-
que o amor,
- aquilo que arde
porque o ódio é seu avesso -
embora suspenso,
recupera um precário mito,
a bagatela da tua vida,
migalha que respira.