Vencer
Num mundo de asas, uma lagarta sonhadora,
Teceu seu casulo com esperança, afoita, demoradora.
Enquanto o vento ria, a zombar de seu desejo,
Ela persistia, em seu silêncio, um cortejo.
No casulo, se transformou, mágica secreta aconteceu,
Sob a lua, as estrelas, sua metamorfose enfim ocorreu.
Emergiu do escuro, como uma borboleta em gala,
A lagarta voou, surpreendendo a todos, num espetáculo que fala.
Com asas de cores, dançando pelo céu, liberta,
Ela provou que sonhos são asas, nossa força discreta.
Não ria, ó vento, nem menospreze o sonhador,
Pois até a lagarta voa, quando acredita no seu valor.
Assim, a lagarta nos ensina, lição de grande valia,
Que somos capazes de voar, se sonharmos todo dia.
Não importa o riso, as dúvidas, as pedras do caminho,
A lagarta voou alto e seu sonho se fez vizinho.
(Publicado em 07 de março de 2006) - https://www.abrahamschneersohn.com/2006/03/vencer.html